A Linha do Alentejo é um lanço ferroviário que liga as localidades do Barreiro e Beja, em Portugal. Na sua extensão máxima, prolongava-se até à Funcheira. Sucede ao Caminho de Ferro do Sul, cujo primeiro troço, entre o Barreiro e Bombel, foi aberto à exploração em 1857.[1] A ligação entre o Barreiro, Beja e Tunes foi classificada como Linha do Sul nos inícios do século XX, e em 1992 o lanço entre o Barreiro, Beja e a Funcheira foi designado como Linha do Alentejo.[2]
No passado também circularam serviços regionais,[5] e existiu, desde 1960, um serviço de automotoras entre o Barreiro e Sines.[6]
Serviços de mercadorias
A Linha do Alentejo afirmou-se, desde a sua origem, como um importante eixo de escoamento de minério, assim como mais tarde, durante as grandes campanhas do trigo, o foi para os cereais.[7] Desde 1991, quando entrou ao serviço o Ramal de Neves-Corvo, passaram a transitar, pela Linha do Alentejo, serviços de minério provenientes da Mina de Neves-Corvo, com destino a Praias-Sado.[6] No ano seguinte, principiaram os transportes de carvão entre o Porto de Sines e a Central do Pego, cujo percurso passava pelo troço entre o Poceirão e Bombel.[6]
Material circulante
No passado circularam por esta linha locomotivas das séries 1200, que rebocavam serviços regionais,[5] e 1520, que nos princípios da década de 1990 rebocavam comboios urbanos.[8]
Os primeiros planos para construir uma ligação ferroviária entre a Margem Sul do Rio Tejo e a região do Alentejo datam de meados do século XIX, tendo neste sido sido instituídas as Companhias Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, responsável pelo lanço do Barreiro a Vendas Novas, e dos Caminhos de Ferro do Sueste, que deveria construir a linha desde aquela localidade até Beja e Évora.[9] O primeiro tramo do Caminho de Ferro do Sul, entre o Barreiro e Bombel, abriu em 15 de Junho de 1857,[1] e a linha chegou a Beja em 15 de Fevereiro de 1864.[9] O lanço até Casével entrou ao serviço em 20 de Dezembro de 1870, até Amoreiras-Odemira em 3 de Junho de 1888, e até Faro em 1 de Julho de 1889.[9]
A Linha do Alentejo foi oficialmente criada pelo Decreto-Lei 116/92, de 20 de Junho de 1992, que estabeleceu o seu traçado entre o Barreiro e a Funcheira, passando pelo Pinhal Novo e por Vendas Novas.[2]
↑ abPORTUGAL. Decreto-Lei n.º 116/92, de 20 de Junho de 1992. Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, publicado na Série I-A do Diário da República n.º 140, de 20 de Junho de 1992.
↑«Horários comboios urbanos Barreiro-Praias do Sado» (PDF)
↑ abBRASÃO, Carlos (1995). «Las "Flausinas" en HO o la transformación del modelo ROCO». Maquetren (em espanhol). Ano 4 (36). Madrid: A. G. B., s. l. p. 27–28. ISSN 1132-2063
↑ abcCONCEIÇÃO, Marcos A. (2002). «Línea de Sines». Maquetren (em espanhol). Ano 11 (106). Madrid: Revistas Profesionales. p. 64–65
↑Catarina Oliveira (10 de agosto de 2005). «Entrocamentos de Minas, Caminhos de Ferro e Escola» (PDF). Consultado em 9 de Novembro de 2009[ligação inativa]
↑«Concurso Fotografico». Maquetren (em espanhol). Ano 3 (21). 1994. p. 26
↑ abcTORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1683). Lisboa. p. 76–78. Consultado em 27 de Maio de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
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Bibliografia
MARQUES, Maria da Graça Maia; et al. (1999). O Algarve da Antiguidade aos Nossos Dias. Elementos para a sua História. Lisboa: Edições Colibri. 750 páginas. ISBN 972-772-064-1
SANTOS, Luís Filipe Rosa (1995). Os Acessos a Faro e aos Concelhos Limítrofes na Segunda Metade do Séc. XIX. Faro: Câmara Municipal de Faro. 213 páginas
VIEGAS, Francisco José (1988). Comboios Portugueses. Um Guia Sentimental. Lisboa: Círculo de Editores. 185 páginas
Leitura recomendada
Fotobiografia dos Caminhos de Ferro Portugueses - 150 Anos. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses E. P. 2006
Vias de Ferro - A Gestão da Infra-estrutura Ferroviária em Portugal. Lisboa: Rede Ferroviária Nacional E. P. 2006
ANTUNES, J. A. Aranha; et al. (2010). 1910-2010: o caminho de ferro em Portugal. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e REFER - Rede Ferroviária Nacional. 233 páginas. ISBN 978-989-97035-0-6
CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4
VILLAS-BOAS, Alfredo Vieira Peixoto de (2010) [1905]. Caminhos de Ferro Portuguezes. Lisboa e Valladollid: Livraria Clássica Editora e Editorial Maxtor. 583 páginas. ISBN 8497618556
PEREIRA, Alfredo Marvão (2016). Os Investimentos Públicos em Portugal. Lisboa: Fundação Francisco Manuel Dos Santos. 120 páginas. ISBN 9898819758
Ligações externas
«Galeria de fotografias da Linha do Alentejo, no sítio electrónico Transportes XXI»
«Página oficial da empresa Infraestruturas de Portugal»
«Reportagem sobre o encerramento da Linha do Alentejo em 2010, no sítio electrónico RTP Arquivos»
Legenda:bitolas: ²2140 mm • ᴮ1668 mm • ⁱ1435 mm • ¹1000 mm • ³920 mm • ⁹900 mm • ⁶600 mm +designações abreviadas quando possível (fonte para linhas da Infraestruturas de Portugal: [1]: pág. 54) °ferrovias pesadas (#) não geridas pela Infraestruturas de Portugal (e/ou empresas antecessoras) †extinta (totalmente) • ‡projectada • ††reaberta • †‡reabertura projectada • ‡†projecto abandonado • ‡‡projecto recuperado • ↑substituída mantendo traçado/canal